O epicentro da confusão é o conflito aberto entre o titular da pasta, Nego da União, e seu adjunto, Valdinar. O que antes era um desentendimento abafado nos corredores, agora virou uma verdadeira guerra interna. Fontes próximas relatam que o clima entre os dois é insustentável. Já não há diálogo, não há sintonia — apenas desconfiança e disputas por espaço.
Nego da União, com seu perfil assertivo e respaldo político, teria deixado claro ao prefeito: “Com Valdinar eu não trabalho. Ou ele sai, ou eu volto pra Câmara.” A declaração não é só um ultimato — é uma bomba no colo de um prefeito que parece cada vez mais acuado.E qual foi a resposta de Daniel Sena até agora? Nenhuma. O silêncio do gestor, nesse momento crucial, soa mais como omissão do que prudência. É como se preferisse assistir ao incêndio de longe, esperando que o fogo se apague sozinho. Mas crises como essa não se resolvem com passividade.
A ausência de ação é interpretada por muitos como fraqueza. E não é de hoje que aliados reclamam da falta de liderança do prefeito, da dificuldade em tomar decisões firmes e da tendência de empurrar os problemas com a barriga. Isso tem permitido o crescimento de vaidades, disputas internas e, agora, uma ruptura que pode causar um efeito dominó dentro do governo.Se Nego da União realmente deixar a secretaria, ele retorna automaticamente à Câmara como vereador, e isso pode representar um novo desafio para a base do governo. Um aliado descontente e com poder de voz no Legislativo pode virar um opositor feroz — e, politicamente, isso tem peso.
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Minha opinião? Daniel Sena precisa urgentemente sair da sombra do próprio gabinete e mostrar que tem pulso. A função de prefeito exige coragem para arbitrar conflitos, tomar decisões difíceis e, acima de tudo, colocar o interesse coletivo acima dos interesses pessoais ou políticos. Se continuar vacilando, corre o risco de ver sua gestão ruir antes mesmo do fim do mandato.
A crise não é só entre dois homens — é uma janela para enxergar a fragilidade de um governo que parece não saber onde quer chegar. E quando o barco não tem comando, até as ondas pequenas se tornam perigosas.