Nem isso a CPMI dos atos de 8 de janeiro conseguiu. E eis que entra a responsabilidade do próprio colegiado. Ao não se debruçar sobre a responsabilidade de militares ou mesmo do próprio governo federal sobre o que aconteceu naquele fatídico 8 de janeiro, a CPMI perdeu sua razão de ser. Eram dois flancos importantes a serem explorados e não o foram por dois motivos básicos: o governo não queria ser investigado e a oposição não queria incriminar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
E assim a CPMI foi caminhando, neste jogo de esconde-esconde que beneficiou tanto um lado quanto o outro. Se isso não fosse o bastante, o STF ainda se intrometeu de maneira decisiva e inviabilizou depoimentos importantes como, por exemplo, a da ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça Marília Alencar. Marília conseguiu, junto ao ministro Kassio Nunes Marques, uma autorização para sequer comparecer à sessão da CPMI, em uma total e completa interferência dos trabalhos do Poder Legislativo.
Resta saber agora o que apontará o relatório da senadora Eliziane Gama. Sem uma investigação consistente, provavelmente o texto será um pouco o mais do mesmo sobre que já se sabe a respeito dos atos de 8 de janeiro. É provável que Jair Bolsonaro seja indiciado por não ter desestimulado os atos de 8 de janeiro e que alguns personagens como Anderson Torres e Silvinei Vasques sejam também implicados.
Em resumo: nada de novo no front.
Com informações do o antagonista